domingo, 30 de julho de 2017

LIVRO "MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA"

Trabalhando a diversidade.


O livro “Menina bonita do laço de fita” da autora Ana Maria Machado, é muito utilizado nas escolas por ter um texto voltado à diversidade étnico-racial.

Assim é muito conhecido pelos professores, e muitas vezes aproveitado para iniciar a conversa com as crianças em volta da diversidade racial.

O trabalho com a diversidade muitas vezes é limitado a dias específicos como dia do índio, com a confecção de cocares ou da consciência negra onde, acredite, o tema muitas vezes, é a escravidão, esquecendo as contribuições históricas destes indivíduos.

Trabalhar a diversidade é incluir o sujeito dentro de um contexto, histórico, cultural, social e individual.

Quando se dá muito destaque à escravidão, não que o tema não possa ou deva ser tratado, o sujeito passa a ser visto como vítima, como o menor, inferior, que de fato não é.
Seja negro, branco, pardo, amarelo, índio, japonês, libanês, sírio, americano, africano, católico, budista, judeu, ateu, cadeirante, surdo, doutor, operário ou dona de casa, as pessoas tem que ser tratadas pelo que são, seres humanos, indivíduos, seja qual for o local onde vivem, o que fazem, ou que cor de pele tenham.

Todos somos sujeitos históricos, ou seja, participantes da linha de acontecimentos que existe desde o inicio de tudo, e todos são essenciais, cada qual participa ou participou de uma forma única. Sem ele ou eu, a história do mundo não seria como foi, somos parcelas de tudo.

Outro ponto a ser observado é a justiça que se faz ao avaliar as pessoas. Como se diz, se avaliarmos um peixe pela sua capacidade de voar, ele será injustiçado e vai viver acreditando ser incapaz. Destarte, o indivíduo deve ser estimulado no que faz bem, no que é capaz, e estimulado a aprender, a ser melhor que ontem.

A leitura deste livro e o trabalho didático proposto devem levar em conta as diferenças que existem em todos, não apenas em relação ao negro. Assim o foco é conviver com as diferenças.

Como disse Mário Sergio Cortella, costuma-se "olhar o outro como menos ao invés de olhá-lo como diferente, olhar o outro como inferior e não como o outro...reconhecer as diferenças não significa elogiar as desigualdades".
Todos somos diferentes, mesmo pessoas da mesma família são diferentes, nem por isso dentro de uma família alguém é menor ou inferior.

As crianças são uma esponja, absorvem o mundo a sua volta, o adulto por sua vez é o exemplo, não como imagem a ser seguida e copiada, mas como testemunha do que ensina. O preconceito, a intolerância e o racismo não deixarão de existir enquanto estivermos ensinando o que não vivemos.

Isso tudo é mais um desafio para a escola e para o docente, pois a vida de hoje leva para dentro das salas de aula, várias situações que se enquadram neste cenário.
A criança pobre e a rica, o de famílias tradicionais, os que tem pais separados, os que não conheceram o pai, os que vivem com os avós, filhos biológicos ou adotivos, de lares afetuosos ou de lares problemáticos, filhos de casais homoafetivos, etc.

A didática que envolve o trabalho com a diversidade deve estar pautada no dia a dia, o uso de livros ou vídeos é um apoio inicial para discussões acerca do tema, porém não deve ser a única ferramenta.
Um exemplo é a pesquisa, que pode ser mediada e incentivada pelo professor, e que tenha como objetivo conhecer o valor histórico do indivíduo. Apresentar personagens marcantes no mundo como por exemplo Stephem Hawking, Oprah Winfrey, Daniel Dias, Andrea Bocelli, etc.

Não podemos nos esquecer de ter em mente que muitas surpresas podem surgir. Geralmente as crianças nos surpreendem, argumentando e apresentando situações não esperadas, muitas vezes vividas por elas.

A primeira ação da escola é manter na rotina um trabalho voltado ao respeito, a afetividade, num clima de acolhimento. Mesmo que os profissionais não tenham sido diplomados na área da inclusão, ou se não receberam capacitação específica (haja visto a situação real das escolas brasileiras) o acolhimento e o respeito fazem uma grande diferença na vida de todos os alunos, e estes levarão isso para a sociedade.

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